segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vida dura.


Você acorda para o trabalho de mau humor porque acha que ganha mau. Porque dormiu mau e ainda fez hora extra no dia anterior.
Espera pelo coletivo e sabe que vai vir lotado, atrasado e o preço é um absurdo.
No almoço você acompanha o telejornal com mais notícias de Brasília; verbas que somem, propinas que aparecem, o de sempre. Mortes, acidentes, chuva no fim semana! Acabou o mundo...a tragédia humana não tem fim.
Tudo aborrece, nada está bom.
Uma empresa nunca é boa para quem está dentro dela, falta reconhecimento, condições de trabalho e o cargo posterior que não te oferecem. As outras são sempre melhores.
Assim como no ditado da grama do vizinho, o melhor é sempre o que não temos. E sempre a insatisfação, nada é o bastante.
Seus filhos são desobedientes, sua família não te escuta, seu vizinho não respeita seu descanso...todos têm problemas demais, e os outros de menos.
Nosso eterno mal da insatisfação,que vai minando nosso bom humor, vai deixando a vida ácida.
Porque não podemos rebaixar o patamar de nossas ambições? Seríamos quem sabe mais felizes...quantos gostariam de ter o pouco que temos e pra eles seria muito?
Seu emprego é ruim? Pergunte a um desempregado o que ele pensa a respeito.
Sua família é problemática? Tenha uma conversa com alguém que perdeu os familiares em alguma tragédia cotidiana, algo que se vê aos montes na tv.
Você se sente desvalorizado? Procure valorizar um pouquinho os milhares de invisíveis da sociedade, que passamos sem notá-los, todos os dias nas ruas, e então talvez, após ver o contentamento de um deles com apenas um "bom dia" seu, quem sabe se sinta um felizardo na posição que ocupa.
Sempre que a vida parecer cruel, analise a crueldade da vida abaixo dos próprios pés, e talvez, apenas talvez, você pense duas vezes antes de vestir a carranca amargurada na manhã de segunda-feira.

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