domingo, 25 de dezembro de 2011

A conquista pelas palavras.


Muitos subestimam o poder das palavras, ignoram completamente o quanto uma frase, uma idéia ou ideologia, muda o comportamento de um grupo, a cultura de uma cidade, os valores morais de todo um povo. Podem mudar a história.
Vou citar dois exemplos dos extremos, e não vou concluir este cabeçalho dissertativo, porque considero o último exemplo a conclusão de tudo o que possa agrupar aqui ou em qualquer outro lugar. Vamos a eles, e cada um crie sua própria conclusão.


- Em 1930, um dos muitos seres odiosos que já habitaram nosso planeta era um cidadão comum entre a multidão; não possuia nenhuma grande habilidade, nem era dotado de nenhuma notabilidade,exceto que, percebeu que a palavra certa no momento certo, podia convencer um grupo de colegas de bar ou partidários, de que suas idéias eram as melhores. Daí utilizou-se da percepção da fragilidade de uns, da vaidade de outros, e convenceu um país inteiro a ser seu braço da morte; dominou cientistas, filósofos, engenheiros, médicos, operários, apenas pela ideologia. E os transformou em máquinas de horror, assassinos frios, pondo em prática uma das maiores vergonhas da humanidade. O holocausto.
Na extinta União Soviética, na mesma época, havia um psicopata a altura de Hitler. Era Joseph Stalin, ele utilizou os mesmos púlpitos onde se pregava a igualdade social, para lançar milhões de pessoas ao genocídio, a tortura e a fome.
Esses são apenas dois dos inúmeros recordistas de crueldade que passaram por aqui, se partíssemos de Gengis Khan na Mongólia até Idi Amin Dada em Ruanda, teríamos um livro de milhares de páginas. Não é o caso.

Por outro lado, utilizando o mesmo meio, as palavras unidas em forma de idéias, e as transformando em atitudes, um homem minúsculo fisicamente, sem ter a beleza dos ídolos modernos, e sem usar um nanograma de pólvora, uniu a pequena península tibetana com amor e espiritualidade, tomou em seus braços milhares de seguidores, e calou canhões e escopetas. Derrotou um exército enorme de braços cruzados e semblante apaziguador. Este deixou uma linda obra de amor e fraternidade em nosso mundo, e seu nome é dito por qualquer religião, senão com concordância de idéias, no mínimo com imensa admiração: foi Mahatma Ghandi, líder religioso do Tibet.
E no segundo e melhor exemplo, um homem, apenas um; viveu e morreu amando a todos, fez o bem e plantou o amor no coração endurecido de centenas de homens em 33 anos, e muitos outros bilhões nos anos subsequentes. Este dispensa apresentações, não pede reverência,porque ao Seu nome a alma dos homens se prostra em agradecimento e admiração. Em vida terrena, este homem não ordenou que se criassem bustos seus, não portou ouro nem prata, não feriu um semelhante, não escreveu suas memórias nem solicitou títulos.
Com palavras santificadas, gestos de amor profundo e a ideologia da espiritualidade perfeita, conquistou o maior exército de toda a história do planeta, e o maior território jamais imaginado por nenhum outro. Um exército que não carece de alistamento obrigatório, nem habilidades guerreiras; territórios que não demarcam fronteiras, que passam de geração em geração suas estrelas e condecorações a todos os que lutam por ele, que divide suas terras com igualdade,até com quem "não deseja e nem procura falar sua língua" .
Este é o maior conquistador de toda a história.
Jesus.
Ele conquistou o coração dos homens pela eternidade, e isso, arma ou ciência alguma pode, nem poderá fazer.
Este é o verdadeiro poder da palavra, usado com dignidade e amor. Este é o meio que um dia será o único a que ela servirá. Eu creio nisso.
Grande abraço a todos e um ano novo cheio de paz.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

"
É véspera de Natal. O espírito de paz e boa vontade está mais intenso na maioria dos cristãos do mundo inteiro.
É uma época de comunhão familiar, de abraços de felicitações; onde todos se reúnem dentro das possibilidades e comemoram o nascimento do homem que norteia os passos de milhões de pessoas.
Não importa se antropólogos e cientistas em geral dizem ser discutível o dia 25 de dezembro ser o real dia do nascimento do Cristo. Suas comemorações superam os números, trazem a tona o melhor do sentimento humano, porque nessa data, muitos se lembram do Seu exemplo de amor e retidão, se lembram que todos devem afinar os esforços acerca de se aproximar um pouco mais da bem-aventurança.
Não desejo presentes aos amigos que partilham essa leitura, tampouco refeições refastelantes e exageradas, não desejo que se embriaguem madrugada adentro ou que dançem por toda a noite em ritmos variados.
Desejo sinceramente, a todos, o mesmo que gostaria para mim; que possamos todos entender o real sentido do dia de hoje, que nos façamos melhores, que tornemos-nos mais gentis, solidários e pacientes uns com os outros, que tenhamos mais abnegação, humildade e amor.
Não apenas por um dia, mas em todos os outros 364 do ano, porque não vai importar o tamanho da boa obra que seja feita na véspera ou no dia de Natal, se passarmos todos os outros a nos contradizer, em atitudes e palavras.
É o que desejo a todos que lêem esse blog e aos que não lêem também.
Muita paz a todos! "Senhor Jesus! Diante do Natal, que te lembra a glória na manjedoura, nós te agradecemos: a música da oração; o regozijo da fé; a mensagem de amor; a alegria do lar; O apelo a fraternidade; o júbilo da esperança; a bênção do trabalho; a confiança no bem; o tesouro da tua paz; a palavra da Boa Nova; e a confiança no futuro!... Entretanto, oh! Divino Mestre, de corações voltados para o teu coração, nós te suplicamos algo mais! ... Concede-nos, Senhor, o dom inefável da humildade para que tenhamos a precisa coragem de seguir-te os exemplos! (Chico Xavier - Obra: Gotas de luz e amor )

domingo, 18 de dezembro de 2011

Todo bêbado sofre de surdez. E quem não bebe sofre...


Eu sei o que parece: " você está é ficando velho" " ranzinza" " implicante".
Mas não é isso, eu também gosto de festas, apesar de não beber mais nos últimos tempos (faz tempo...) , também já fiquei alegrinho. Mas o que dizer do seu vizinho do apartamento de baixo, que começa um churrasco às onze da manhã de domingo e,às onze da noite, está com nível alcoolico mais alto que o de uma garrafa de whisky?
E o som no talo da rabeca, com os convidados disputando o prêmio gogó de ouro, fingindo que o copo é o microfone do Raul Gil...e você vai acordar às 5:30hs do "infelizmente" da madrugada.
Agora tá tocando Rádio Pirata e eu já balanço na cama de medo da hora do refrão- " tooooooquem, o meu coraççãoo..glup!
Burguesinha tocou 5 vezes, o Jorge Ben já cansou de cantar que mora num país tropical e torce para aquele timeco tão chato quanto os convidados. Ninguém merece, e nem começaram os funk's... Ai meu Deus...já antevejo a dança do quadrado, ado, aado, meu vizinho é do ca***ho...ops,desculpem,é o stress.
Vizinho non-sense é a mão do destino te punindo pela juventude transviada. É a redenção dos pecados da juventude, uma escola de resignação e paciência.
Pelo bem estar psicológico você evita desligar o disjuntor (bêbado adora ser desafiado...) . Se eu pudesse jogava minha última dúzia de ovos lá embaixo, mas sei não, vai que eles gostam da brincadeira e entoam o coro " mais um! " -é até capaz de um bebum ter a idéia de fazer um mexidão bate-entope pra aguentar a manguaça mais umas três horas...não, não farei isso nunca...
É melhor esperar os tímpanos se acostumarem, porquê o bêbado fica meio surdo, mas eu não. O manguaçado fala alto, repete tudo, canta em inglês, francês, até mandarim o sujeito arrisca. É quase uma entidade sobrenatural saída do Exorcista, fala em línguas inintelígiveis, filosofa e ama todo mundo. Beija até a boca do cachorro. Amanhã, de ressaca, dá uma coça no coitado, só porque depois da intimidade, amanhece lambendo sua cara.
Pois é...vida que segue, acho que o sono chegou, vou desmaiar antes que o Créuu chegue na velocidade cinco, senão terei pesadelos horríveis.
Boa noite!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Presente do futuro perfeito.


Cometemos enganos, e lamentamos. Fazemos escolhas equivocadas, desperdiçamos tempo útil com inutilidades, e novamente lamentamos.
Com o tempo, descobrimos nos erros, o cimento dos tijolos dos nossos maiores acertos. Mas só com o tempo. Até lá, então:
Passamos dias angustiantes por pequenos desencontros; enfrentamos o desânimo diante da insistência da vida em contrariar nossas vontades, e subestimamos a fé em nós mesmos, quando, algumas barreiras se interpõem entre nossos planos.
Somos imediatos, reativos, as vezes inpertinentes com a senhoria do tempo.
Mas ele aguarda, paciente, redundante em sua definição, por ser um e ainda assim o passado,o presente e o futuro.
Aguarda porque certamente já sabe que faremos a justa retratação, quando nos descortinar os seus novos planos para nossa vida, no momento justo, obrigando-nos, sem ter de exigir, a nos curvarmos diante da precisão engenhosa de seus caminhos.
Como seria fácil não sentir ódio, raiva, rancor; se soubéssemos que hoje, aquilo ou aquele que nos ofendeu no passado não faria diferença alguma. Como seria fácil amar sem exigir reembolso se soubéssemos que, muitos dos que estavam conosco não estariam mais aqui hoje. Certamente teríamos dito e feito mais, mesmo que tenhamos feito muito.
Muitas coisas mesquinhas e pequenas não seriam nossas companheiras de travesseiro, a remoer preocupações, se pudéssemos distinguir naquele tempo, o quanto eram passageiras, insignificantes mesmo.
A nossa presumida importância nos deixa cegos para as lições que a vida traz, arrogantemente acreditamos que somos senhores disso e daquilo, condicionamos nosso bom humor à recompensa de ter todos os nossos mais pueris desejos saciados na hora que quisermos, e tornamos a vida cinza para qualquer "não" que ela nos entoe.
Agimos como crianças mimadas, que acreditam seriamente que o melhor de viver é poder "brincar" na hora que bem entender; que acreditam demais nas próprias urgências, sem saber que a prioridade é semear, e não colher.
Como seria fácil ser paciente com o presente, se soubéssemos que o futuro nos reservaria grandes alegrias para pequenas realizações. E que tudo o que parecia enorme e urgente era apenas um breve ensinamento de perseverança e aceitação.
Pode ser esse o segredo para a nossa imaturidade: não ter a real dimensão do tamanho e importância das coisas quando jovens, para que, com o tempo, possamos olhar pra trás e ver que, o presente, se construiu um passo a frente do que pensávamos, mesmo que diferente do que queríamos, mas quase sempre além do que de fato merecíamos.
Sendo assim só há o que agradecer, e novamente curvarmos-nos a sabedoria indiscutível do tempo.
Eu o faço agora:
-Muito obrigado!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Valores sem preço.

Por definição simples, profissão é a atividade exercida segundo as aptidões e preferências de cada pessoa, com a finalidade básica de subsistência e função social.
Gracejo de conversa de botequim é dizer que prostituição é a mais antiga "profissão" do mundo, sendo essa afirmação, além de grosseira, também irreal.
Não existe uma base confiável em que possa-se afirmar quando a venda ( aluguel, entendam como quiserem...) do corpo iniciou-se. Na antiga civilação egípcia as prostitutas eram consideradas divinas, e recebiam presentes em troca de seu toque sexual. No Império Romano também existia um certo respeito pelas profissionais do sexo, sendo elas muito ricas e instruídas, tendo até conhecimento de questões políticas.
Atualmente a prostituição invadiu a internet, existem blog's, "profissionais" agendam encontros pelo msn e mantêm um "network" confiável pelo facebook. É a tecnologia a serviço do homem.
A história de Raquel Pacheco, Bruna surfistinha, virou livro e filme, foi um sucesso. E as ferramentas modernas para a prostituição tornaram o "negócio" mais seguro, amplo, e perigosamente mais atraente para as jovens e os jovens dispostos a melhorar a condição financeira de forma menos ortodoxa .
Tentar tecer uma opinião sobre o assunto sem o viés religioso é complexo, afinal o puritanismo do século XVI, liderado pelo Cristianismo, foi o primeiro grande movimento contestador da prática; mas creio ser possível fazê-lo.
A prostituição é uma oferta de serviço que obedece a lei de oferta-procura. Existe porque existem inúmeros consumidores, assim como só há tráfico por existir usuário, só se planta tabaco por existir fumantes, etc, etc.
Mas ao contratar os serviços sexuais de alguém, o consumidor paga para usufruir do corpo de outra pessoa. Mesmo que a (o) "profissional" estabeleça o preço e as condições, é tangível o preço pelo subjugo a partir do sexo? Qual é o preço de se "usar" o corpo de outro ser humano?
Existem jovens de classe média alta que se prostituem para sustentar um padrão de vida luxuoso, se auto-intitulam acompanhantes de luxo... outras e outros que, em tese,ou não, o fazem afim de pagar estudos, e alguns são apenas sobreviventes que se prostituem para o sustento básico.
Vemos casos de sexo em troca de outros valores, como promoções no emprego ( mas qual é a profissão real então?!) , sexo em troca de glamour, a lista é extensa e não acrescenta muito.
Fato é, que a vida não é fácil para a maioria das pessoas. A pobreza, a fome, a falta de perspectivas e oportunidades, a desigualdade, todos esses males dos quais somos cúmplices silenciosos todas as manhãs, açoitam milhões de pessoas pelo mundo todos os dias. E pode ser justificativa de muitas pessoas para a venda do corpo; mas por outro lado, muitas pessoas suportam privações inimagináveis , exercendo trabalhos pesados e minímamente remunerados, tendo em troca a manutenção do bem precioso da dignidade.
Se eu acho indigno se prostiuir? Sim, eu acho. Também não considero mais digno que a prostituta o contratante do serviço. Não significa que você concorde, valores morais são variáveis entre as pessoas, dependem de uma série de convicções. E eu tampouco considero a prostituição uma profissão, dado que me nego a crer que haja nascido alguém que possua apenas o sexo casual e banal como talento. E também por acreditar que essa não é uma função socializante, que constrói algum valor para a humanidade. A meu ver a promiscuidade materialista apenas desconstrói as já conturbadíssimas bases de valores humanos.
Olhando friamente para a troca do corpo pelos bens, não sei se posso repudiar quem escolheu tão desumana forma de provento material, não conheço os meios que levaram ao fim; mas penso com imenso repúdio, acerca das inúmeras pessoas que utilizam os bens materiais, passageiros, que lhes foram ofertados pela vida, para comprar algumas horas, não só do corpo, mas também da dignidade de outra pessoa.